Segundo dia de programação do Seminário de Benchmarking do Prêmio Nacional da Qualidade em Saneamento – PNQS 2022 da ABES – Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental, nesta quarta-feira, 30 de novembro, contou com palestras e painéis sobre os desafios estratégicos diante do Novo Marco Legal. Na abertura, o presidente nacional da Associação, Alceu Bittencourt, afirmou o quanto este debate faz o setor crescer junto com pessoas que trabalharam o ano inteiro no processo de certificação do PNQS e hoje tem o trabalho reconhecido.
A edição 2022, de comemoração dos 25 anos do Oscar do Saneamento, que incluiu o Seminário de Benchmarking e a Cerimônia de Premiação, foi realizada em Campo Grande, no Mato Grosso do sul, nos dias 29 e 30 de novembro, e teve como empresa anfitriã a Aegea Saneamento.
“Para a ABES é muito bom estarmos ajudando neste processo, este ganho de eficiência, que é o centro dos avanços que nós precisamos no nosso setor. Hoje vocês terão a oportunidade de conversar sobre a conjuntura do setor quanto ao marco regulatório”, introduziu Bittencourt.
A palestra que abriu o seminário foi “Novo Marco Legal e o Investimento em Saneamento”, com um dos maiores nomes do saneamento no país, Karla Bertocco. Em sua fala, a especialistas, que é conselheira de administração independente e responsável por investimentos em infraestrutura na Mauá Capital, destacou o PNQS como peça fundamental dentro do marco legal.
“Nós vamos atingir a universalização pelo tripé eficiência, regulação e financiamento, e o PNQS traz referências, traz benchmarking para ir mediando a eficiência das empresas e aprimorando isso ao longo do tempo. Então é interessante estar num ambiente que é um misto de competição e colaboração, onde uma empresa acaba ajudando a outra, vendo resultados e conquistas juntas e ano após ano melhorando. Então, o PNQS ajuda para que aqueles recursos escassos que a gente tem para investir em saneamento sejam investidos da melhor forma possível”, ressaltou Karla Bertocco.
Logo após a palestra, Marcel Sanches, secretário-geral da ABES, mediou ao lado do presidente Alceu Bittencourt, o terceiro painel do seminário “Novo Marco Legal do Saneamento e os desafios estratégicos”.
No palco estiveram presentes as seguintes representantes das organizações reconhecidas em níveis I, II e III: Prolagos – Concessionária de Serviços Públicos de Água e Esgoto, Saneago – Distrito Inhumas, Deso – Gerência de Controle de Perdas dos Sistemas Regionais – GCPR, Corsan – Superintendência Regional Fronteira – SURFRO, Águas de Pará de Minas S/A – CAPAM, Atibaia Saneamento, Corsan – Superintendência Regional Nordeste – SURNE, Corsan – Superintendência Regional Sinos – SURSIN, Sabesp – Diretoria de Sistemas Regionais R, Copasa – Unidade de Negócio Metropolitana – UNMT e Copasa- Unidade de Negócio Leste – UNLE.
Cada representante de organização teve cerca de 5 minutos para falar dos desafios enfrentados na companhia quanto ao marco legal e a universalização do saneamento.
Abrindo as falas do painel, Alceu Guérios Bittencourt retomou os principais pontos da palestra de Karla Bertocco, como o avanço na regulação de serviços, a necessidade de uma sistematização e um processo de assistência técnica de forma a ter um ambiente homogêneo e consistente de regulação, além da segurança jurídica.
“O saneamento é a estrutura mais complexa de todas, especialmente para as condições brasileiras, que têm uma distribuição de renda muito desigual, muitas periferias urbanas”, comentou Bittencourt.
O diretor-presidente da Prolagos, Pedro Freitas, compartilhou as ações da empresa e demonstrou a preocupação que resume todo o setor. “Universalizar o saneamento é, na prática, levar o saneamento para todo mundo. Entre as discussões que tivemos aqui, a estipulação de metas para o atingimento delas talvez seja o ponto mais importante do marco e o nosso desafio”.
Pela Corsan SINUS, o superintendente regional Carlos Galarça compartilhou da própria experiência de ter começado como leiturista na companhia e do quanto cresceu junto com a empresa quando teve a oportunidade de trabalhar junto de indicadores, além de falar do novo marco.
“É um desafio grande para o Brasil como um todo e eu tenho colocado que nós não podemos mais empurrar com a barriga, a gestão precisa ser atuante, forte e é como os colegas aqui já colocaram, a entrega tem que ser realizada não importa se vem do privado, público ou misto”.
O superintendente Regional da Copasa – Unidade de Negócio Leste, Albino Campos, reforçou o quanto a companhia tem investido e buscado implementar ações visando a universalização do saneamento e ainda destacou um ponto comum a várias empresas. “O desafio do Marco do Saneamento e da universalização são áreas rurais informais, povos indígenas e quilombolas que precisam ser enxergados. Nós temos hoje 35 milhões de brasileiros sem água tratada, 100 milhões sem esgoto saneado e tratado, o marco é importante neste sentido”, frisou.
Complementando a fala do colega, o diretor da Águas Pará de Minas, Rodrigo Macoal, traçou um paralelo com a Copa do Mundo ao dizer que o Brasil deve ser o campeão não só na taça do Hexa, mas em saúde e qualidade de vida.
“O que o marco traz de melhor para todos nós é essa questão de trazermos luz para o tema, de podermos discutir os investimentos que devem ser feitos, porque a gente está falando de dignidade, de direitos humanos. É muito além de falar de legislações, estamos falando das pessoas terem direito à água tratada, ao esgoto retirado da casa dela”, refletiu.
Após o painel, houve ainda uma palestra da Sanasa Campinas sobre o programa Jornada da Excelência no ESG, iniciativa que visa melhorar a gestão das empresas que participam do prêmio. A atividade teve moderação de Josivan Cardoso, diretor executivo da ABES, e participação de Alessandro Siqueira, gerente de Qualidade da Sanasa Campinas, e do presidente da empresa, Manuelito Magalhães.
O seminário contou ainda com uma apresentação de Benchmark da Sabesp Unidade de Negócio Leste (ML) abordando o Troféu Turmalina Paraíba ESG, do qual foi a grande vencedora desta edição. Na ocasião, o superintendente da Unidade, Márcio Gonçalves, falou da evolução que a própria companhia teve ao longo dos anos participando do prêmio.
“O PNQS é um prêmio que vem trazendo para nós a oportunidade da gente avaliar nossos modelo de excelência de gestão, e nessa caminhada de 20 anos foi muito importante porque nós fomos evoluindo no modelo de gestão, criando projetos de governança, da questão social e ambiental e trazendo para a sociedade melhor qualidade de vida”.
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